segunda-feira, 29 de março de 2010

Fenômeno de Raynaud

Definição:

O fenômeno de Raynaud é caracterizado pela isquemia paroxística bilateral dos dedos induzido pelo frio ou estímulo emocional, e aliviado pelo calor.

A isquemia paroxística dos dedos é devida a vaso constrição das arterias digitais e palmar ou plantar; a palidez inicial indica que a vasoconstricção envolve os pequenos vasos cutâneos. Posteriormente, os capilares e as vênulas dos dedos ficam dilatados, e o fluxo sangüíneo mais lento permite que a hemoglobina libere mais seu oxigênio, produzindo dedos cianóticos e frios. Quando a vasoconstricção é aliviada, o fluxo sangüíneo aumenta muito (hiperemia ativa), dando uma coloração avermelhada aos dedos anteriormente isquêmicos.



Etiologia:

O fenômeno de Raynaud pode ser secundário a uma doença básica ou anormalidade anatômica, porém a causa mais comum e a doença de descrita por Raynaud em 1862.
Via de regra o Fenômeno de Raynaud por causas secundárias ocorre por estimulação dos nervos simpáticos, alterações vasomotoras de pequenos vasos ou aumento da hemossedimentação ou aglutinação eritrocitária.

Tem sido chamada a atenção também para a participação dos estados emocionais desencadeando o fenômeno de Raynaud.

O diagnóstico é clínico, podendo-se induzir o fenômeno com a exposição ao frio (água gelada).

Tratamento

O tratamento pode ser somente evitar a exposição ao frio nos casos de raros episódios até a simpatectomia química ou cirúrgica.

Cogita-se a participação de substância vasoconstrictoras produzidas pelo endotélio e/ou plaquetas nesta patologia.

Doença de Raynaud
A doença de Raynaud não tem etiologia conhecida e se expressa pela isquemia paroxística bilateral dos dedos, induzidas pelo frio ou estímulo emocional, e aliviada pelo calor. Geralmente acomete mulheres após os 40 anos de idade, estando envolvida a atividade simpática com mecanismo fisiopatológico.

A doença de Raynaud tem início gradual com crises apenas no inverno. Os episódios podem ser raros ou ocorrer várias vezes ao dia; podem durar alguns minutos nos casos moderados ou até duas horas ou mais nos casos graves. Eles terminam espontaneamente ou podem ser encerrados pela imersão das mãos em água quente.

As mãos são afetadas isoladamente na metade dos casos. O nariz, as bochechas, os ouvidos e o queixo são atingidos muito mais raramente. A evolução da doença é variada; após o início, pode persistir na forma moderada, melhora espontaneamente ou evoluir em um pequeno número de casos para a forma progressiva, onde as crises são mais freqüentes e duradouras. As alterações tróficas ocorrem nos casos graves após 1 a 4 anos do início dos sintomas.

O diagnóstico é clínico devendo-se afastar a possíveis doenças que produzem fenômeno de Raynaud.

O tratamento pode ser apenas expectante nos casos leves, com proteção ao frio, uso de vasodilatadores nos casos moderados e graves, até simpatectomia por bloqueio ganglionar com lidocaina nos casos mais rebeldes.

Na doença de Raynaud das mãos rebelde ao tratamento, pode optar pela simpatectomia cirúrgica cervicodorsal pré-ganglionar, mas comumente o benefício e temporário entre 6 meses e 2 anos.

Nos casos que afetam predominantemente os pés utiliza-se a ganglionectomia simpática lombar, para alivio dos sintomas.

Referências:

Coffman JD, Cohen AS – Total and caapilary fingertip blood flow in Raynaud’s phenomenon. N Engl J Med. 1971;285:259.

Gifford RW Jr, Hines EA Jr – Raynauld’s disease among women and girls. Circulation. 1957;16:1012.

POR: Francisco Kadmo Modesdo Silva, Camila Gonçalves, Francisco Rodolpho.

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